o que é e o que faz a ComunitÁreas?
A ComunitÁreas é uma Plataforma digital, colaborativa e georreferenciada, que busca localizar e caracterizar as comunidades e grupos sociais em situação de vulnerabilidade socioambiental nos municípios de Florianópolis, São José, Palhoça e Biguaçu. Tem a intenção de territorializar estes grupos e comunidades, bem como disponibilizar dados, caracterizar suas demandas, conflitos, precariedades, e possibilitar a troca de informações e iniciativas.
Pretende ser um instrumento de reconhecimento da realidade destes grupos e comunidades, bem como de suporte aos movimentos sociais, poder público e universidades para desenvolverem suas ações: reivindicação de direitos, construção de políticas públicas, troca de conhecimentos e iniciativas existentes nos territórios, produção de novos conhecimentos através de pesquisas, etc.
Espera-se que a ComunitÁreas colabore na construção de uma postura autônoma dos diferentes agentes sociais perante crises sociais e urbanas (como a da COVID-19); dê suporte ao trabalho dos [...]
o que entendemos por vulnerabilidade?
Inúmeros estudos acadêmicos abordam o conceito de vulnerabilidade e sua definição não é pacífica. O primeiro passo desta plataforma foi avaliar de que forma o uso e a operacionalização deste conceito nos ajudava à delimitar, territorialmente, as áreas e grupos sociais com maior exposição à riscos sanitários, como este causado pela Pandemia de COVID-19.
Na leitura destes autores (Cutter, 2011; Gamba e Ribeiro, 2012; Alcantara & Strauch, 2013; IPEA, 2018; Schumann, 2014; e Marandola Jr. & Hogan, 2009), assumimos o entendimento de vulnerabilidade não somente como a sujeição de um grupo a riscos variados, mas também sua capacidade de resposta.
Passamos a entender o conceito de vulnerabilidade como um “guarda-chuva”, que para ser operacional, precisava também evidenciar a [...]
por que mapear a vulnerabilidade?
A forma desigual como a crise sanitária imposta pela COVID-19 afetou as cidades brasileiras, escancarou dois sérios problemas: 1) existem grupos e comunidades que estão mais fortemente vulneráveis às crises sanitárias nos espaços urbanos brasileiros, e esta vulnerabilidade parece estar vinculada à precariedades diversas: habitação, infraestrutura básica, trabalho e renda, educação, etc; 2) a sociedade de modo geral e o poder público de forma específica não conseguiu oferecer instrumentos de reconhecimento e localização destas comunidades mais vulneráveis, dificultando em grande medida a realização de ações emergenciais, o intercâmbio de comunicação, a ativação de lideranças e redes de solidariedade locais, entre outros.
Neste sentido, para entender os motivos de mapear grupos e comunidades em situação de vulnerabilidade, é preciso primeiramente reconhecer o abismo (social, econômico, político e territorial) entre quem tem condições de alcançar os direitos básicos de moradia, saneamento e bem-estar, e a parcela representativa da população urbana que não [...]
porque é importante colaborar com a ComunitÁreas?
A ComunitÁreas pretende ser uma plataforma colaborativa. Mas o que isso quer dizer? Significa que a iniciativa está aberta para ser desenvolvida, adaptada e aprimorada coletivamente.
Os dados disponibilizados pelo projeto poderão ser constantemente atualizados, seja a partir da melhoria dos dados existentes, da correção de possíveis inconsistências ou da inserção de novos grupos e comunidades ainda não identificadas.
Além disso, a ComunitÁreas prevê o espaço fala comunidade concebido para receber as manifestações desses grupos e [...]
como surgiu a iniciativa?
A iniciativa surgiu em meio a pandemia da COVID-19, que desencadeou uma série de implicações sociais e econômicas graves, com impacto nas diversas camadas da população, sobretudo nos grupos e comunidades em situação de vulnerabilidade.
A capacidade de resposta a esta crise de saúde, sanitária e econômica por parte desses grupos e comunidades é dificultada em grande medida pela situação fragilizada em que se encontram. Até mesmo as recomendações sensatas da OMS para contenção da propagação do vírus tomam outra dimensão quando se adentra a estas realidades. Percebe-se que não é possível cumprir com o isolamento social, onde as habitações não oferecem condições mínimas para isso, seja por abrigarem várias famílias em uma mesma residência, ou pela condição de insalubridade que estão sujeitas. Tampouco é possível lavar as mãos ou seguir as demais medidas de higiene quando não se tem acesso a água potável e demais infraestruturas básicas. O que falar então daqueles que nem teto possuem? [...]
quem são os envolvidos?
A construção da Plataforma ComunitÁreas só foi possível graças a integração entre atores de diferentes instituições vinculados à Arquitetura e Urbanismo que tem como premissa o compromisso social e a inserção crítica da profissão, são eles:
O Instituto dos Arquitetos do Brasil de Santa Catarina (IAB/SC) é a mais antiga entidade profissional dos Arquitetos e Urbanistas do país, responsável pelo fomento e discussão da Arquitetura e do Urbanismo e atua neste projeto enquanto proponente.
O Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Santa Catarina (ARQ/UFSC), através do Ateliê Modelo de Arquitetura e Urbanismo (AMA) e do Programa de Educação Tutorial de Arquitetura e Urbanismo (PET/ARQ), entidades acadêmicas de caráter público que atuam como idealizadoras do projeto.
Apresentam-se enquanto instâncias socialmente comprometidas, desenvolvendo atividades de ensino, pesquisa e extensão vinculados às demandas de comunidades organizadas, movimentos sociais e demais entidades civis e acadêmicas.
O Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Santa Catarina (CAU/SC) é o patrocinador do projeto e tem como missão reforçar a importância social da atuação do profissional arquiteto e urbanista no enfrentamento de temas relevantes para a sociedade catarinense, através do fomento à práticas profissionais que colaborem na construção de um modelo de cidade mais justo, saudável e sustentável.
Clique nas imagens para conhecer as entidades!
quais ODS's a plataforma engloba?
O que são os ODS? Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) compreendem a agenda mundial adotada pela ONU durante a Cúpula das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável em 2015. São, ao todo, 17 objetivos e 169 metas a serem atingidos até 2030.
Os ODS são importantes para fortalecer a cultura da sustentabilidade ambiental e social de instrumentos como esta plataforma, tornando suas intenções mais eficientes, responsáveis e transparentes. Ao adotá-las, a ComunitÁreas assume um papel relevante na mitigação dos riscos impostos ao meio ambiente e aos recursos naturais, visando cidades e comunidades sustentáveis, bem como contribui para a saúde, o bem-estar e a qualidade de vida no meio urbano, além de prezar pela redução das desigualdades e pela erradicação da pobreza. A ComunitÁreas abraça os seguintes objetivos e metas [...]
