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por que mapear a vulnerabilidade?

A forma desigual como a crise sanitária imposta pela COVID-19 afetou as cidades brasileiras, escancarou dois sérios problemas: 1) existem grupos e comunidades que estão mais fortemente vulneráveis às crises sanitárias nos espaços urbanos brasileiros, e esta vulnerabilidade parece estar vinculada à precariedades diversas: habitação, infraestrutura básica, trabalho e renda, educação, etc; 2) a sociedade de modo geral e o poder público de forma específica não conseguiu oferecer instrumentos de reconhecimento e localização destas comunidades mais vulneráveis, dificultando em grande medida a realização de ações emergenciais, o intercâmbio de comunicação, a ativação de lideranças e redes de solidariedade locais, entre outros.

Neste sentido, para entender os motivos de mapear grupos e comunidades em situação de vulnerabilidade, é preciso primeiramente reconhecer o abismo (social, econômico, político e territorial) entre quem tem condições de alcançar os direitos básicos de moradia, saneamento e bem-estar, e a parcela representativa da população urbana que não reúne condições para tanto.

O reconhecimento, neste caso, não significa apenas um posicionamento político. Se por um lado é necessário reconhecer que a produção precária da moradia e da cidade no Brasil não é um efeito colateral, mas sim parte constituinte e engrenagem fundamental do modo de produção do espaço urbano brasileiro; por outro, é preciso também dar visibilidade a estes grupos e comunidades, através da compreensão de suas características e necessidades. Reconhecê-los territorialmente significaria saber: quem são? onde estão? quais demandas possuem? como se inserem (ou são excluídos) na dinâmica urbana? de que forma estão expostos à riscos ambientais, sanitários, econômicos, habitacionais, urbanísticos?

Somente a partir deste duplo reconhecimento, que ações mais concretas, perenes e efetivas no enfrentamento destas vulnerabilidades podem florescer.

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Em razão disso a plataforma ComunitÁreas surgiu com o objetivo de facilitar a organização desses dados dando acesso dinâmico e oportuno às informações, facilitando tanto a identificação de problemas e necessidades das comunidades mapeadas como também revelar ações, iniciativas e potencialidades locais. Também possibilita o avanço da ciência, a medida em que dá subsídios para a realização de vários estudos através de informações territorializadas sobre pessoas até então invisibilizadas.

Para além disso, a longo prazo poderá auxiliar equipes de saúde, assistência social, gestores de diversas áreas, entre outros grupos, na orientação de ações de planejamento eficientes, no enfrentamento de crises urbanas, desenvolvimento de ações coletivas e na execução de políticas públicas efetivas.

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